Excerto da entrevista dada pelo Diretor Geral da Adaptel ao Jornal Opção Turismo (jornalista Luis de Magalhães)
A Adaptel Portugal é uma nova empresa de serviços dedicados à Hotelaria, à Restauração ao Alojamento que agora “nasce” em Portugal – mais propriamente em Lisboa -, depois de uma grande experiência em Paris e Lyon. Ou seja, servem o sector através de soluções de trabalho temporário para missões de curta e média duração e no recrutamento e selecção de profissionais especializados.
Tudo começou em Paris e no ano de 1994. E, desde a sua entrada no mercado de trabalho que a sua filosofia e métodos, são os mesmos que deram origem à sua criação.
Em resumo, são hoteleiros que prestam serviços a hoteleiros por via de soluções de empregabilidade flexível, especializados em nichos de actividade, impulsionados por tecnologia e com um rigor muito elevado nos processos e metodologias.
– Somos empresários hoteleiros, que investimos, embora as equipas de gestão sejam controladas pela Adaptel França e muitos são quadros mesmo da Adaptel França. Isto permite-nos ter uma visão clara dos desafios do sector. Estamos por dentro dos problemas e sabemos como geri-los, explica Monteiro Vaz, director geral da Adaptel Portugal, que é detida pela francesa FTS Holding (60%) e o próprio Manuel Monteiro Vaz (40%).
Já agora, refira-se também que a Adaptel França é detida na sua totalidade por uma holding chamada FTS Finances, proprietária de mais duas empresas de outsourcing especializado para a hotelaria nas áreas da limpeza e da gestão de quartos, e ainda de seis hotéis em Paris. A maioria do capital da holding é detida pela família do seu presidente, Charles Yamini, e por um fundo de investimento internacional.
– A Adaptel, depois de escritórios em Paris e Lyon, chega a Lisboa. Porquê?
– Em Paris e Lyon a Adaptel atingiu uma posição de liderança no segmento da Hotelaria e da Restauração: são uma referência incontornável na esmagadora maioria das unidades de 4 e 5 estrelas e palácios. Não obstante ser um feito notável, os accionistas consideraram que existia espaço para continuarem a crescer e determinou-se o arranque da internacionalização. A opção por Lisboa representa a confiança que os investidores internacionais têm no nosso Pais e na nossa economia. O sector do Turismo cresce e desenvolve-se exponencialmente e, a par de um clima e da gastronomia de excelência, as questões da segurança e a qualidade das nossas estruturas hoteleiras, tornou o destino “Lisboa” inevitável, afirma Monteiro Vaz acrescentando que se encontram em operação desde o início de maio em Lisboa e que vão manter esta estrutura ao longo do ano de 2017, durante um processo de consolidação. De qualquer modo, preferiremos abrir uma delegação no Porto ou mesmo nos arredores de Lisboa, antes de iniciarmos a actividade no Algarve.
Durante os primeiros meses de funcionamento, a Adaptel escolheu e formou a sua equipa, implementou os seus processos e sistemas de IT e iniciou o recrutamento e selecção.
– Desde Junho que iniciámos o recrutamento e a base de dados actual já ultrapassa meio milhar de candidatos e continuará a crescer fortemente. É importante reforçar que um “candidato em base de dados” para a Adaptel é alguém que nos visitou, que conhecemos, que nos facultou garantias de bom profissionalismo e referências. E acrescenta:
– Candidaturas são uma coisa, candidatos avaliados são outra totalmente diferente e neste campo não fazemos concessões. Só enviamos para missões nos nossos clientes, pessoas que conhecemos e nas quais depositamos confiança.
Como nem tudo é um “mar de rosas”, como se costuma dizer, as dificuldades têm sido bastantes e depressa verificaram que, no âmbito do recrutamento e selecção, existe mão-de-obra disponível para a maioria dos desafios mas infelizmente pouco preparada.
Por esta razão, a Adaptel vai insistir em acções de sensibilização e actualização de conceitos base com os seus candidatos e trabalhadores, mas não vamos conseguir resolver o problema na sua globalidade.
Por outro lado, constataram realidades que julgavam ultrapassadas no que concerne à utilização saudável do trabalho temporário (TT).
– Esta ferramenta de gestão deve ser usada, na nossa opinião, “quanto baste”: não é uma solução para ser alargada indefinidamente a todo o quadro de pessoal de uma unidade hoteleira ou restaurante. É uma excelente opção para períodos de folgas, para acréscimos de actividade, baixas, etc., comenta o director geral da Adaptel Portugal considerando que, por outro lado, existe a colocação de mão-de-obra pouco ou nada qualificada por engajadores privados que despem os trabalhadores de quaisquer direitos e garantias, fenómeno que está ligado à não utilização de um instrumento legal fortemente regulamentado como é o caso do TT.
– É mais barato fazê-lo assim mas significa um enorme risco para os clientes (e para os trabalhadores também) e uma atitude socialmente irresponsável. Numa análise mais geral do Pais, o eterno problema da falta de mão-de-obra e de uma infra-estrutura de transportes adequada no Algarve que continua a comprometer a qualidade dos serviços da hotelaria nessa região.
Perguntámos a Rui Guedes de Quinhones, director Comercial da Adaptel Portugal e também um quadro experiente no sector do trabalho temporário, que argumentos usam para que o cliente escolha a Adaptel? Ou seja, o que a difere de outras similares em Portugal?
– Em primeiro lugar não acreditamos que existam empresas similares. Existem óptimas empresas a actuar em Portugal mas a maioria não são exclusivas para o sector como nós: algumas possuem áreas de negócio ou departamentos que se ocupam deste sector de actividade e procuram fazer o melhor possível, começa por salienta Monteiro Vaz, explicando depois que para a Adaptel este é o nosso negócio: o único e como tal, aquele em que enfocamos todos os nossos esforços como organização.
– Outra das vantagens prende-se com a nossa experiência internacional. O mercado de Paris é muito exigente e vingar nele – liderar como é o caso da Adaptel – exige uma grande aprendizagem e constante adaptação. Todo esse valor de experiência está na Adaptel Portugal, porque o nosso director geral é um quadro da Adaptel França com mais de 15 anos de experiência na empresa.
– Na vossa apresentação é referido que a Adaptel está apta a oferecer pessoal 24/24 horas. Como podem garantir isso?
– É verdade que actuamos 24 sobre 24 horas. Para tal, temos um número de urgência que funciona entre as 07h e as 24h, de segunda-feira a domingo, destinado a acompanhar trabalhadores e clientes. O consultor da Adaptel que esteja de serviço com o número de urgência – 967 280 799 – tem acesso à base de dados de candidatos disponíveis e ao software de gestão. Isto permite-lhe responder a pedidos, garantir uma substituição ou no limite, emitir um novo contrato de trabalho ou processar um recibo de vencimento. Os hotéis e muitos restaurantes funcionam 24 sobre 24h. E remata, concluindo a sua explicação:
Connosco não poderia ser diferente.
Para terminar esta entrevista com Monteiro Vaz e Rui Guedes de Quinhones, perguntámos ao director geral da Adaptel Portugal o que mais tem sido feito e qual o staff da empresa em Portugal.
– Em regime de parceria estabelecemos já acordos com profissionais do sector que nos ajudam a identificar e seleccionar profissionais para as áreas do Alojamento e F&B. Quanto ao número de funcionários, neste momento e estamos em fase de arranque, em Portugal somos cinco pessoas no quadro e esperamos duplicar este numero até ao final do ano.
Como curiosidade, refira-se que em Paris e Lyon a empresa possui um quadro superior a 100 colaboradores e mais de 3.000 temporários colocados diariamente.
Luís de Magalhães